1-3-3

Às oito da manhã, pontualmente,
Enquanto eu preparava o desjejum,
Passada pela porta, de repente,
Chegou-me uma mensagem incomum.

Sabia que, se acaso eu me negasse
A oferecer as honras para o morto,
Seria censurado e, se aceitasse,
Maior e mais cruel o seu desporto.

Instava-me, num torto desafio,
A contar para todos os seus feitos,
Ou manter o que inda hoje silencio
E dar-lhe um elogio contrafeito.

Perfez assim da morte, o grão-patife,
Seu último triunfo, já no esquife,

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