1-3-1

Às oito da manhã, pontualmente,
Enquanto eu preparava o desjejum,
Passada pela porta, de repente,
Chegou-me uma mensagem incomum.

Sabia que, se acaso eu me negasse
A oferecer as honras para o morto,
Seria censurado e, se aceitasse,
Maior e mais cruel o seu desporto.

Por isso, não tomei o meu café.
Por isso, meu jornal larguei aberto.
Vesti-me consternado e fui-me a pé
Ao cemitério, estranhamente perto.

Ouvindo-me de seu caixão fechado,
Sorrira se sorrir lhe fosse dado. 

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