O caixa do mercado (C. Leonardo B. Antunes)


            O caixa do mercado – não chequei seu nome,
            Mas seu rosto lembrava um rosto que já tive
            Há muito tempo (ainda que naquele tempo
            Eu estudasse os clássicos do mundo grego
            E não passasse compras num leitor a laser,
            E que em meus meus olhos habitassem grandes sonhos
            E não silenciosa impossibilidade) –
            Despediu-se de mim com um breve meneio,
            Vagaroso e singelo, com que respondia
            À semelhança que também notara em mim.

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