Píndaro, Pítica XII (C. Leonardo B. Antunes)
I
Eu peço-te, amante do brilho, pólis mais bela dos homens,
Lar de Perséfone, tu que moras, senhora, nos montes
Bem-feitos às orlas de Acragas onde pastam as ovelhas,
Que com a boa vontade de homens e deuses, recebas
Propícia a guirlanda de Pito que te oferta o ilustre Midas
E o próprio também, que venceu a Grécia inteira na arte que
Palas criou quando urdiu o treno infesto
Das audazes Górgonas em canto Atena
II
Que ouviu derramar das inabordáveis cabeças de serpe
Dessas donzelas com doloroso sofrer quando então
Impunha-se à morte a terceira irmã por obra de Perseu,
À destruição conduzindo Sérifo junto a seu povo.
A raça espantosa de Fórcis da visão ele privara
E então, como paga a Polídectes por lhe tomar a mãe
E por seu leito forçoso, decepou
A cabeça e as belas faces de Medusa
III
O filho de Dânae que é dito ter de uma chuva dourada
Sido criado. Mas, ao salvar o querido varão
Das penas descritas, criou com todo som das flautas uma
Música para imitar o altíssono grito de dor,
Que vinha da boca voraz de Euríale, num instrumento.
A deusa a criou, todavia o fez pra posse dos mortais,
Dando-lhe o nome de canto multiface,
O famoso som que avisa dos certames
IV
E sói percorrer pelo fino bronze e também pelos juncos
Que na cidade das Graças, bela em seus coros, vicejam,
Na terra da filha cefísia, testemunhas dos coreutas.
Se entre os mortais existir qualquer alegria, sem lida
Jamais vai surgir, mas um nume a cumprirá no mesmo dia.
Ninguém fugirá do destino, mas virá um tempo ainda
Que de repente atacando a alguém dará
Uma coisa, mas lhe negará uma outra.
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