Frio (C. Leonardo B. Antunes)
Acordo envolto em cobertores, pois faz frio
Em Porto Alegre – fato pouco surpreendente,
Eu sei –, mas lembro de outro tempo em que eu dormia
Descoberto até mesmo num friozinho assim.
Sobrava-me o calor por que meus pés agora
Anseiam longamente e tanto, que são gratos
Quando acordam, serenamente acomodados,
Ao lado dos teus pés, menina, tão queridos.
(Faz frio em Porto Alegre, sim, mas faz mais frio
Sentir a juventude que se esvai de nós,
Deixando atrás de si, contudo, o mesmo frio
Que lembra as criaturas de não serem sós.)
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