Regalo (C. Leonardo B. Antunes)
Eu vivo por amor aos meus parentes,
Também por ter amor à própria arte
E vivo inda porque te faço parte
Na parte que me falta aqui doente.
Teus olhos de menina, complacentes,
Alcançam quanto o peito quer negar-te
Da dor de que eu procuro em vão cegar-te,
Por mais que te precise aqui presente.
Na falta de um regalo mais bonito,
Contento-me em saber que aos conhecidos
Somente é que convém a gentileza
De não se demonstrar tão fraco e aflito
Como hoje eu me anteponho, assaz vencido,
Nos braços que me ofertas com presteza.
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