Noturno (C. Leonardo B. Antunes)
Assim, menina, à noite as sombras nunca dormem,
Mas rompem das janelas e do vão da entrada
Aos cílios que pontuam teus diletos olhos,
E o mundo (se inda existe em meio à escuridão)
Não sabe (e se soubesse pouco adiantaria)
O quadro que se forma (em formas aberrantes)
De um deus canhestro, obnubilado pelo tempo,
Já sobreposto à altura do teu travesseiro,
Vertendo demoradamente em teus ouvidos
Palavras de terror.
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