Rubores (C. Leonardo B. Antunes)
Se te enrubesces pelo viço, encantas
Quantos te contemplarem sob o sol
E o sol, divino, no teu corpo virem.
Tocada pelo vento, danças sem
Saber que danças, como um verso feito
Assim de modo quase acidental,
Perfeito em sua extrema imperfeição.
Mas quão perversa a mão, meu Deus, seria,
A que te ousasse envermelhar a tez
Por outro modo que não fosse amante
E te movesse pelos verdes campos,
Icônica de tudo que há de belo,
Com tudo que há de belo derruído.
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