Menina (C. Leonardo B. Antunes)
"Menina", se te chamo, tu te agastas.
Não sabes que és menina para mim?
Política, erudita, iconoclasta:
Decerto, mas menina mesmo assim.
Enquanto tu me explanas teus tratados,
Teus lábios soam doces, quais flautins,
E os cílios dos seus olhos delicados
Me falam de Neruda e de Jobim.
Não sabes que me vences num instante
No modo com que ajeitas teus cabelos
Ou quando o teu sorriso te ilumina?
Se sabes, bem te fazes de tratante
Ao rires do sentido deste apelo,
Do apelo que te faço a ti, menina.
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