Para minha irmã (C. Leonardo B. Antunes)
Querida irmã, tão forte e fraca e humana,
Quem vê teus olhos de metal, cinzentos,
Vê força e vê beleza – encantamento
Que desde cedo assim de ti te emana.
Depois, considerando-te a bandana,
Não deixam de exprimir o estranhamento:
"Cortaste os teus cabelos opulentos
E agora queres ser chamada de Ana!"
Não sabem que cansaste de ser forte,
Não sabem que cansaste de ser bela:
Cansaste de ser tudo o que queriam,
De ser perfeita em gestos e no porte,
De ter a fala própria a uma donzela,
De ser-lhes Beatriz, princesa, Bia.
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