Fim do dia (C. Leonardo B. Antunes)


            Concede, amor, um beijo ao fim do dia,
            Ao fim do mês, ao fim das findas horas.
            Concede-me o calor que tens, agora,
            Pois logo a noite chega, triste e fria,

            E a noite, meu amor, tem a ousadia
            De impor-se até depois que chega a aurora,
            Durando, desde quando vais embora,
            Até que voltas, como prometias.

            Na tua ausência, a noite é permanente
            E o dia existe apenas na memória
            Do beijo que me deste e, nele, a vida.

            Na tua ausência, eu vivo tão somente
            Dos sonhos com que teces nossa história
            E ofertas à minha alma agradecida.

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