A rosa (C. Leonardo B. Antunes)


            Disseste-me que irás guardar a rosa,
            A rosa humilde que te dei, vermelha,
            Corada de paixão, feito a centelha
            Que sinto te brotar na tez sedosa.

            Se um dia as nossas filhas, curiosas,
            Acharem-te essa flor – já não semelha
            À rosa que te dei, mas seca e velha,
            Privada desse ardor de que hoje goza –,

            Não saberão que outrora ela foi bela,
            Com rubras pétalas na extensa haste
            Cheirando a Cípris, sendo a imagem dela,

            Mas chorarão de ouvir como a ganhaste
            E sobretudo como viste nela
            Um símbolo do amor que conservaste.

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