Rogo (C. Leonardo B. Antunes)


            O meu poema é feito de tristeza
            E nasce junto dos teus pés, prostrado
            Como quem se arrepende dos pecados,
            Rogando pela tua gentileza.

            Quisera que esses versos, de surpresa,
            Surgissem num caminho ensolarado
            Trazendo-te carinho no recado
            Que verto de minha alma com franqueza:

            Querida luz que aclara a minha vida,
            Perdoa-me, se podes perdoar-me
            Por toda mágoa que eu causei em ti;

            Se não puderes, passa-me a ferida --
            Que viva no meu peito a atormentar-me,
            Mas livre-te da dor que te infligi.

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