A estátua (C. Leonardo B. Antunes)
Tu vives solitária em meio à gente,
Vestida como um anjo, branca e pura,
Notada por quem passe porventura,
Mas nunca compreendida totalmente.
Às vezes algum jovem saliente,
Encantado com tua formosura,
Se te aproxima e toca-te a cintura
Para ver se és humana realmente.
Se tua pele fria de defunta
Repele quem se atreve a aproximar-te,
Viverás para sempre solitária?
"Quem sabe desvendar essa pergunta",
Pareces responder-me, "é quem desta arte
Me fez presa à existência estatuária."
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