Flores impossíveis (C. Leonardo B. Antunes)
Há flores despontando no cimento
Das ruas, das sarjetas, dos bueiros,
No cume de palácios altaneiros
E junto às dependências dos detentos.
Nasceram sem razão nem cabimento,
Decerto por um erro lisonjeiro
De algum divino e insano jardineiro,
Que semeou oxímoros no vento.
O que fizeste agora, coração?
Regaste o mundo com teu sangue escuro
Enquanto eu caminhava na cidade?
Ou permutaste a minha percepção
De tal maneira que já transfiguro
O meu amor a toda a realidade?
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