Ausências (C. Leonardo B. Antunes)
Assim que chega a noite, nunca tarda
Em vir a tua ausência visitar-me,
Vestida de tristeza, mas com charme,
Pois charme nem na ausência te desguarda.
Como uma velha amiga a quem se aguarda,
Recebo-a simplesmente, sem alarme,
E aceito os beijos que deseje dar-me
Em teu lugar a tua irmã bastarda.
Depois nós nos sentamos junto à mesa,
Bebendo do silêncio em nossas taças
Vazias, com um brinde à estranheza.
Mas, como tudo neste mundo passa,
Também a tua ausência, de surpresa,
À ausência mais profunda me desgraça.
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