Tagoreana (C. Leonardo B. Antunes)


            Eu sinto ter te amado em inúmeras vidas,
            Por inúmeras formas, desde a fundação
            Do tempo, quando o sangue do meu coração
            Desenhava, no breu da noite indefinida,

            Os olhos das estrelas, usando a medida
            Dos teus olhos, dos áureos sóis que ainda estão
            Detidos nos teus olhos, que sempre serão,
            Porque foram de sempre, os olhos das nascidas

            Do amor e para o amor, dos amantes de outrora
            E de todos que um dia se amarão depois
            De nós, ardendo juntos, morrendo nas horas

            De distância, chorando a lágrima que foi
            Vertida em cada adeus e vivendo o que agora
            Ultrapassa o universo ubíquo de nós dois.

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