Coração, coração (C. Leonardo B. Antunes)
Coração, coração, não desanimes.
Por mais que a moça amada esteja ausente
E que dos teus tu tenhas tão somente
Notícias que, de ouvir, o peito oprimem,
Resiste bravamente a este regime:
Sorve essas lágrimas que tu pressentes,
Engole o pranto, ingere a amarescente
Angústia de viver e não lastimes
Demasiadamente os teus problemas.
Aguarda mais um pouco, sem alarde,
Alguma nova, algum telefonema
E ocupa o tempo morno desta tarde
Vertendo a dor no bojo de um poema,
Que, feito, de si mesmo nos resguarde.
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