William Shakespeare, Soneto 18 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
É justo comparar-te a um dia de verão?
És mais amável e de mais ameno tom.
Ao vento o viço e a cor dos brotos partirão
E os dias estivais não têm destino bom.
Às vezes sobrebrilha o óculo celeste
E com frequência não mantém seu tom dourado;
E quanto é belo, belo não perdura ao teste
Do acaso ou da consumação do tempo dado.
Mas teu verão eterno não se apagará
Nem perderá a beleza que é somente tua,
Nem de ter-te ao seu lado a morte se rirá
Ao ver aquilo que estes versos perpetuam.
Enquanto há fôlego e visão à mente humana,
Há vida nisto e disto a tua vida emana.
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