Tradução da tradução de Lord Byron para a anacreôntica 23 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


            Afinarei a minha lira palpitante
            Pra feitos de valor e notas flamejantes,
            A fim de que lhe ecoe o corpo recurvado
            Com lutas dos heróis e glórias do passado,
            No tempo em que os Atridas foram para guerra
            Ou quando Cadmo viajava qual quem erra.
            Porém, ainda incônscia da tensão guerreira,
            A minha lira volta-se ao amor inteira.
            Movido ao sonho de um futuro glorioso,
            Procuro o nome de um varão mais majestoso:
            As cordas moribundas novamente eu toco,
            E conclamando a guerra, à guerra, eu as convoco.
            Vibrando as fibras, busco um tom mais aguerrido,
            Para cantar o que de Jove foi nascido,
            Alcides, com seus feitos pares dos divinos,
            Por cujo braço a hidra teve o seu destino.
            Mas tudo, tudo em vão: a lira obstinada
            Desperta argênteas notas, sempre apaixonada.
            Adeus, caudilhos renomados por batalhas.
            Adeus, altíssono clangor das represálias.
            Minha alma a feitos divergentes se entrelaça
            E notas mais suaves dão-me o ar da graça.
            Minha harpa irá manifestar o seu poder
            Pra dar o que o meu coração anseia ter:
            O amor, o amor somente a minha lira clama,
            Cantando o júbilo e expirando sons em chamas.

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