Anacreonte Fr. 388 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


            Antes vestia apenas trapos e algum gorro remendado,
            Trazia dados de madeira nas orelhas e ao redor
            Do ventre um couro de bovídeo

            Jamais lavado, que extraíra de um escudo, convivendo
            Com lavadeiras e moleques sem-vergonha, aquele Artêmon,
            Vadio de vida fraudulenta.

            Tinha o pescoço com frequência numa lança ou numa roda,
            Também as costas com frequência castigadas por chicote,
            Cabelo e barba desraigados.

            Agora vai de carruagem com seus brincos de ouro, o filho
            De Cice, tendo em suas mãos uma sombrinha exatamente
            Igual àquela das mulheres.

Comentários

Postagens mais visitadas