Hino Homérico 6, a Afrodite (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


Canto a formosa Afrodite, de láureas douradas e augusta,
Que tem por lote as cidades muradas de Chipre marinha
Toda, onde a úmida força do Zéfiro, tendo soprado,
Trouxe-a por cima das ondas do mar de multíplices vozes
Dentro de espuma macia. As Horas de frisos dourados
A receberam gentis e a envolveram com veste ambrosina.
Sobre a cabeça imortal colocaram-lhe láureas bem-feitas,
Belas, lavradas em ouro. Nos lóbulos já perfurados,
Elas puseram-lhe enfeites de ouro estimado e oricalco
E lhe adornaram seus seios argênteos e o tenro pescoço
Com amuletos dourados, os quais são as joias que as próprias
Horas de frisos dourados costumam vestir quando vão
Rumo à mansão de seu pai para a dança adorável dos deuses.
Logo, depois de lhe ornarem sua forma de modo completo,
Elas levaram-na aos deuses eternos que a vendo a acolheram,
Dando-lhe as mãos e rogando poder conduzi-la pra casa,
Cada um dos deuses, na forma de sua legítima esposa,
Tanto Citéria das láureas violáceas os tinha espantado.
Salve, senhora dos olhos furtivos, do doce que vence!
Dá-me vencer o presente certame e equipar-te em canção!
Ora de ti eu irei me lembrar e de uma outra canção!

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