Teognídeas vv. 667-82 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


Caso eu tivesse riquezas, Simônides, como antes tinha,
   Não doeria ficar na companhia dos nobres.
Elas, contudo, me escapam e a falta de meios me priva
   De minha voz, apesar de eu saber mais do que muitos
Que são levados agora, com velas baixadas e brancas,
   Pelo noturno negror e para além do mar Mélio,
Não desejando drenar o convés apesar de bater-nos
   De ambos os lados o mar. Ter segurança é difícil,
Visto o que fazem: privaram do cargo o seu bom timoneiro,
   Que antes, com muita instrução, tinha mantido sua guarda;
Tomam pertences por meio da força; não há mais a ordem,
   Nem se divide o butim para o interesse comum;
Os mercadores comandam e os vis põem-se acima dos nobres.
   Temo que algum vagalhão possa engolir esta nau.
Que essas palavras veladas se tornem aviso pros nobres,
   Mas qualquer um poderá, caso for sábio, entendê-las.

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