Teognídeas vv. 467-96 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Contra a vontade, não faças ficar nenhum desses conosco,
Nem digas para partir a quem não quer ir embora,
Nem o despertes, Simônides, caso um de nós se tornar
Alvo do sono gentil quando munido de vinho,
Nem digas para dormir a quem não o deseja e está alerta:
Quando é forçada uma ação, torna-se desagradável.
Faz um escravo pôr vinho pra quem o deseja beber.
Não é possível se ter sempre uma noite agradável.
Eu, todavia, cheguei ao limite do vinho melífico.
Vou para casa lembrar da liberdade do sono.
Já estou no ponto em que é mais aprazível beber-se do vinho:
Não estou sóbrio e também não estou ébrio demais.
Quem ultrapassa o limite bebendo não tem mais controle
Sobre o que pode dizer nem o que pode pensar:
Fala sem tino o que ao ouvido dos sóbrios parece aviltante;
Nada lhe causa pudor quando ele bebe demais.
Era prudente antes disso e agora é um tolo. Mas tu
Toma cuidado e jamais bebas do vinho demais.
Antes que bebas demais, sai da mesa -- não deixes teu ventre
Te dominar, como a alguém pago a ajudar por um dia –
Ou permanece, mas sem beber mais. Todavia, tu dizes
"Enche!", insensato, e assim tu te embebedas demais.
Brindas primeiro à amizade e em seguida porque te serviram.
Bebes pros deuses. Depois, bebes porque tens um copo.
Tu desconheces o "não". Esse homem é mesmo invencível,
Quem ao beber tanto assim não fala nada imbecil.
Junto à cratera se vós vos manterdes falai gentilmente,
Sempre evitando também que haja discórdia entre vós,
Mas conversando com todos sem nunca fazer distinção.
Dessa maneira será bem razoável o simpósio.
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