Xenófanes Fr. 1 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Ora está limpo o assoalho e as mãos estão todas lavadas,
Bem como as taças. Alguém serve coroas trançadas
E outro oferece perfume aromático numa tigela.
Vê-se a cratera também, plena de divertimento.
Vinho reserva inda existe por perto, pra nunca acabar,
Dentro das jarras, qual mel, com seu buquê perfumado.
Junto do centro o incenso recende um aroma sagrado.
Água gelada, pois não, límpida e doce, há por perto.
Próximo, há pães alourados, bem como uma mesa sublime,
Cheia de queijo e, também, farta de um mel encorpado.
Na área central, há um altar totalmente coberto de flores.
Dança e boníssimo humor enchem o cômodo inteiro.
Homens alegres precisam primeiro cantar para o deus
Auspiciosas canções, puras em vocabulário,
Tendo libado e rogado poder performar feitos justos –
Pois isso é, com razão, algo mais útil do que
A desmedida. Depois, se não fores idoso demais,
Beba, mas sem precisar ser carregado pra casa.
Deve-se ainda louvar quem, bebendo, diz algo de bom,
Para haver recordação, bem como a busca à excelência.
Mas não se narrem combates de seres gigantes, Titãs,
Nem de ciclopes – criações de nossos antepassados –,
Nem violentas disputas, que não acrescentam em nada.
Deve-se sempre cuidar de ter respeito aos divinos.
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