Teognídeas vv. 53-68 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


Cirno, esta pólis ainda é a mesma, mas não o seu povo.
   Gente que um dia jamais soube a justiça ou a lei,
Mas que cobria o seu dorso com pele de cabra em farrapos,
   Como um veado a viver fora da pólis no mato,
Hoje ela é nobre, Polípeda, enquanto os que outrora eram bons
   Hoje são vis. Tal visão, quem poderá suportar?
Vão se enganando uns aos outros e vão caçoando uns aos outros,
   Sem conhecer o que faz algo elevado ou mesquinho.
Nunca, Polípeda, sejas amigo de alguém desse tipo,
   Independente de qual seja tua necessidade.
Mostra-te amigo de todos por meio das tuas palavras,
   Mas não discutas qualquer tópico sério com eles,
Ou saberás como é a mente de homens que são deploráveis:
   Nunca se pode fiar no que se põem a fazer,
Pois eles amam o dolo, a traição, a miríade de intrigas,
   Como se espera de alguém que não se pode salvar.

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