Teognídeas vv. 101-12 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Nunca consintas em ter a amizade de um homem ruim,
Cirno. Do que há de servir ter um amigo que é vil?
Não poderia salvar-te das dificuldades da vida,
Nem dividir algo bom, caso tivesse algum dia.
Ser benfeitor de alguém vil é um ato de vã caridade,
Tal como é semear o oceano cinzento.
Ao semear o oceano jamais se produz algum fruto,
Nem se consegue um favor retribuído de um vil.
Homens ruins têm desejos sem freios e basta uma falha
Para verter pelo chão todo o favor anterior.
Mas quem é nobre aprecia a maneira com que foi tratado,
Lembra de todo favor e no futuro te é grato.
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