Variações Livres sobre o Fragmento 84 de Hipônax (C. Leonardo B. Antunes)
Pedira a mão de sua filha em casamento:
Amor sincero como nunca houvera antes.
Porém, pra Búpalo e pra seu irmão Atênis,
As minhas juras foram causa de piada
E a minha cara, algum modelo caricato
Pra porcaria que eles chamam de pintura.
Confesso que fiquei um pouco aborrecido,
Mas nunca deixaria que isso me movesse
A executar qualquer maneira de vingança.
Foi mero acaso um belo dia eu ver sua filha
Lavando roupa no quintal da casa dele.
A moça ao perceber-me enrubesceu de todo
E foi-se para dentro sem qualquer palavra.
Maldisse a minha sorte, a minha moira escura.
Porém passados uns instantes eu notei
Que a jovem não fechara a porta atrás de si.
Aproximei-me sorrateiro e entrei no quarto.
De lá podia ouvir a esposa do arrombado
Cantarolando na cozinha enquanto a filha
Me olhava de maneira bem distinta àquela
Com que fugira tão pudica há pouco tempo.
Pesei os riscos, já pensava em ir embora,
Mas ela forneceu-me logo um bom motivo
Pra que eu ficasse ao bolinar-me com mestria,
Puxando como um açougueiro faz linguiça.
Em pouco tempo já estávamos no chão,
Tirando a roupa em meio a beijos e mordidas.
Gemíamos baixinho e olhávamos pra porta,
Com medo de que a sua mãe nos escutasse.
Porém, tão logo introduzi-lhe o membro duro,
Ficou maluca e tive de cobrir sua boca,
Pra não perder a vida a troco de uma puta.
Movia-se com pressa afoita, e, enquanto eu lhe
Metia assim, mandava Búpalo pro inferno.
Grunhi pra lhe avisar do clímax iminente,
Ao que ela me empurrou pra longe e eu transbordei
Ao longo de sua pele branca e seu cabelo.
Depois de nosso esforço então nós descansamos,
Deitados lado a lado lá no próprio chão.
Seu corpo lambuzado junto do meu mastro
Que agora recolhia as suas velas murchas.
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