Anacreônticas 60(a) (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Eu farei as cordas vibrarem,
Não por conta de um campeonato,
Mas por ser uma arte que todos
Os poetas devem saber.
Com meu plectro de marfim eu
Tocarei as notas mais claras,
E num ritmo frígio eu irei
Bradar feito um cisne do Caistro,
Junto ao vento as asas cantando
Uma melodia complexa.
E tu, Musa, dança comigo!
Pois pra Febo a lira e o louro
E o tripé são todos sagrados.
A paixão de Febo é meu tema:
Um desejo não saciado,
Pois a moça se mantém casta,
Escapando do seu ferrão,
Tendo o corpo sido tornado
Numa planta bem vicejante.
Porém Febo, Febo então veio
E pensando ser seu senhor
Arrancou-lhe as folhas, supondo
Que fazia os ritos Citérios.
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