Anacreônticas 55 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Chegada a Primavera eu vou
Cantar a respeito da meiga
Rosa, a sua companheira!
Pois ela é o hálito dos deuses
E a alegria dos mortais!
A glória da estação das Graças
E o deleite das ricas láureas
Dos Amores e de Afrodite!
Ela é matéria de poemas,
Planta graciosa das Musas!
É doce achá-la no caminho
Quando se trilha em meio a espinhos!
É doce tê-la em mãos macias
Pra que se aqueça e contra o corpo
Então passá-la, a flor do Amor!
O que faríamos nas festas
E nos banquetes de Dioniso
Se não tivéssemos a rosa?
Rosa são os dedos da Aurora.
Rosa são os braços das Ninfas.
Rosa é a pele de Afrodite –
Assim o dizem os poetas.
A rosa alegra até o banal,
Assiste quem está enfermo,
Protege aqueles que estão mortos,
E desafia o próprio tempo,
Pois mesmo velha ela conserva
O seu perfume desde nova.
Falemos de seu nascimento!
Quando o mar e as águas cinzentas
Deram Citéria à luz em meio
À espuma e ungida em orvalho
E Zeus gerou de sua cabeça
Atena do clamor da guerra –
Visão terrível para o Olimpo –,
A terra fez maravilhosos
Brotos de rosa florescerem
Em forma de botões perfeitos.
E, para que se assemelhasse
Aos deuses, Lieu aspergiu
A rosa com néctar e a fez
Florescer altiva por sobre
O espinho, uma planta imortal.
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