Anacreônticas 25 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)
Tu, andorinha querida,
Todo ano no verão
Vens aqui fazer teu ninho,
Mas no inverno vais embora
Para o Nilo ou para Mênfis.
Já o Amor se aninha sempre
Dentro do meu coração:
Um Desejo ganha as asas;
Outro há pouco fez-se em ovo;
E um terceiro logo eclode;
Há um berreiro ininterrupto
Junto às avezinhas novas:
Amorzinhos pequeninos
Que os maiores alimentam.
Quando crescem, por sua vez,
Logo geram outros mais.
Qual remédio que haveria?
Eu não tenho força para
Enxotar tantos Amores.
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