Xenófanes Fr. 2 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


Mas, caso alguém triunfasse na velocidade dos pés,
    Ou no pentatlo talvez – no santuário de Zeus
 Junto das águas correntes de Pisa em Olímpia – ou na luta
    Ou, de repente também, no pugilato aflitivo,
 Ou no certame terrível que sói se chamar de pancrácio,
    Logo teria um renome maior entre os concidadãos;
 Receberia, nas competições, um assento conspícuo;
    Trigo haveria de ter, vindo dos cofres da pólis,
 Junto de um dom que ele iria guardar feito um vasto tesouro.
    Mesmo se foram corcéis que lhe fizeram vencer,
 Tudo teria. Porém não seria mais digno que eu,
    Pois meu saber é melhor do que cavalos ou homens.
 Esse é um costume que não tem propósito nem tem justiça,
    Dar precedência ao vigor sobre o saber excelente,
Pois, nem se houvesse entre os homens do povo algum bom pugilista,
    Ou pentatleta talvez, ou praticante da luta,
 Ou que tivesse os pés ágeis, ou que alcançasse o maior
    Feito que um homem fará por seu vigor nesses jogos,
 Não haveria por isso na pólis maior eunomia.
    Pouca é alegria que vem disso pra pólis, portanto.
 Mesmo que alguém triunfasse nos jogos nas margens de Pisa,
    Não poderia engordar nada o tesouro da pólis.

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