Mimnermo Fr. 2 (trad.: C. Leonardo B. Antunes)


 Somos semelhos às folhas que nascem na flórea estação
    Primaveril, a crescer junto do brilho do Sol.
 Na florescência dos anos mais tenros, assim como elas
    Temos deleite sem ver, vindo dos deuses, o mal
 Ou mesmo o bem. Mas as Queres escuras se põem junto a nós.
    Uma pretende trazer-nos a velhice aflitiva;
 A outra, a morte. Pois, da juventude nos são muito breves
    Todos os frutos; só se há Sol sobre a terra eles duram.
 Quando a estação transcorrida se encontra já perto do fim,
    De imediato é melhor ter-se a morte que a vida,
 Pois vêm ao ânimo inúmeros males. Às vezes a casa
    Vai à ruína e então vive-se em dura pobreza.
 Ou se carece de filhos e assim anelando por eles
    Sobremaneira se vai pro subtérreo Hades.
 Ou a doença destrói-o no ânimo. Dentre os mortais,
    Não há alguém a quem Zeus não dê inúmeros males.

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